quinta-feira, 27 de março de 2014

Sexta-Feira 13

Às vezes não é sexta-feira. Não é nem 13. Mas a bruxa está à solta.


O lado bom de ter uma criança que se porta como um adulto:
- Ela é bem resolvida e independente.
- Ela argumenta e conversa.
- Na maioria das vezes, você não se vê as voltas com o poder destruidor inerente à crianças desta idade.

O lado não tão bom de ter uma criança que se porta como um adulto, quando ela está sendo criança e te deixando louca:
- Não adianta dizer coisas como "você vai ficar sentada aí até pensar bem no que está fazendo", porque ela vai ficar sentada lá. Horas, se for preciso. Não tem nenhum efeito.
- Não adianta dizer "você vai ficar sem sobremesa", "você não vai comigo na casa da sua tia" ou "então nós não vamos mais ao shopping". Ela não dará o braço a torcer, no melhor estilo "não vamos? Ok, vou aproveitar pra colocar aquela leitura em dia" ou "quem te disse que eu queria comer sobremesa?".
- Você se vê tentando subverter o jogo, agindo como a criança, simplesmente para explicitar a mensagem de que está descontente.

Foi por este último motivo que eu, ontem, me tranquei no meu próprio quarto - a criança pra fora dele. Se eu ficasse mais um segundo, um segundinho, sob a força do terror psicológico da Ana Clara, a coisa ia ficar física. Antes disso, respirei fundo, e me fechei no meu quarto. Ela não liga de ficar fechada no quarto dela? Pois quem sabe liga se eu ficar fechada no meu.

Cinco minutos depois, ela bateu à porta. Me pediu desculpas. Pediu para abrir. Quando abri, ela tinha colocado o chinelo (um dos milhares de motivos de briga da noite de ontem).

- Mamãe, ó!

Como se dissesse, "veja, que curioso, meus chinelos estão calçados!".

Achei que a briga estivesse encerrada, mas recomeçou por outro motivo menos de 5 minutos depois.

O problema é que Ana não se vê como criança, e está na etapa de testar todo mundo. Some as duas coisas e você tem munição para enlouquecer até o final das olimpíadas do Rio de Janeiro. Some o dia que eu tive ontem e você se vê capaz de entrar no chuveiro sem tirar as roupas.

E é ardilosa.

- Você está triste, mamãe? Ah, pena. Desculpe, mamãe. Eu parei de chorar. Eu te amo. Vou te fazer um carinho.

Quem não conhece que te compre, já diria minha sábia mãe.

E dá-lhe gastar o dia exercitando a criatividade para consertar a estratégia de lidar com a famigerada bateria de testes que me espera quando chegar em casa...

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