quarta-feira, 25 de junho de 2014

Mudanças

Lido mal com mudanças. Quer dizer, eu entendo que elas devem haver. Eu entendo que, quase sempre, elas são pra melhor. Eu entendo que, mesmo quando as mudanças são daquelas que assustam, entristecem, derrubam, no final das contas a gente acaba levantando, dando uma super volta por cima, recomeçando, sei lá, e as coisas se ajeitam. Saber disso tudo não faz com que eu lide melhor com mudanças.

Mas as coisas mudam, e como. Mudam os carros. Mudam os cômodos da casa. A porta de entrada. Os móveis. Mudam os empregos e os cursos, mudam os colegas, mudam tantas coisas. E mudam as pessoas. Mudamos os cenários porque alguns se vão, e alguns chegam. E que prazer que é alguém chegar.

Este mês está sendo um mês muito louco pra mim. Mudou a minha idade. Mudou o carro que eu dirijo. Mudou o lado que eu entro na minha casa e até o lado em que eu dormia da cama. Mudou o lugar da minha filha dormir e o nosso lado de assistir TV. Mudou a programação da TV, porque agora tem copa. Mudou o sexo do bebê que eu tenho na barriga - eu achando que era um, o danado do ultrassom me desmoralizou mostrando outro (e nos enchendo de felicidade do mesmo jeito, porque o que me importa é o bebê que eu tenho na barriga, e não se as roupinhas serão predominantemente azul ou rosa). E eu tantas vezes me senti confusa.

Confusa na hora de levantar da cama, na hora de procurar minhas coisas no armário. Confusa na hora de guardar as coisas no armário - tantas vezes levei a cesta de roupas passadas para o quarto errado... Eu me senti perdida e assustada, e com medo.

E aí... Eu achei que senti o neném mexer.

Não sei se foi ele, talvez tenha sido o meu próprio corpo. Mas pensar que era o corpinho dele, se sacudindo, me fez ver essa mudança. Mais essa. A mais preciosa. A mudança da Clara de única para primogênita. A mudança minha e do Rafa, de pais da Clara, para pais da Clara e do Sem Nome. A mudança do Sem Nome, que nós chamamos, e ele veio. Veio para nos trazer paz e norte. Veio para ser remanso nessas ondas tão fortes. Veio para nos acalentar no colo dele, para nos mostrar o que tem sentido e valor nesta vida.

Eu continuo tendo medo das mudanças. Mas quantas vezes elas são boas?

Sem Nome, nós já te amamos muito. Obrigada por ter escolhido o meu ventre. Nós te esperamos, de casa e braços e coração aberto. E eu te prometo poucas coisas. Basicamente, todo meu amor. E um nome. =*

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