Ontem, nosso momento mágico de domingo à noite. O pai na sala colocando as séries em dia, eu e Clara no quarto assistindo a "Croods" pela trocentésima vez e chamegando. De repente ela deitou do meu lado, serena, e deu um suspiro. Aí esticou os bracinhos, me cutucando:
- Mamãe, eu não quero que você vá trabalhar.
Ela já sabe - é domingo, o outro dia é dia de ir trabalhar. Eu olhei pra ela, tentei respirar fundo, mas antes que eu respondesse, ela seguiu:
- Não, você pode ir trabalhar, para trazer moedas. Moedas para eu por no cofrinho. Mas pouco. Pode ir trabalhar bem pouquinho.
- Trabalhar só um pouquinho?
- É. Pouquinho. Para trazer moedas, colocar no cofre.
- Pra comprar o quê?
- Uma bicicleta para o papai.
Eu estava um pouco derretida, porque achei altruísta fazer o cofrinho para presentear o pai. Mas o cofrinho é dela, ela precisa saber disso:
- Papai já tem uma bicicleta... e o cofrinho é pra comprar alguma coisa pra você. O que você quer comprar pra você?
- Pra mim? - olhos brilhando - Pode ser... uma bicicleta!
Verde e azul. Ela quer uma bicicleta verde e azul.
Hoje cedo, Rafa me liga:
- Quando Clara acordou, perguntou de você. Eu disse que você tinha ido trabalhar...
- E ela?
- Ela ficou brava. "A mamãe trabalha muito!".
Só um pouquinho que podia, né, Clara? =*
Nenhum comentário:
Postar um comentário