quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Capitu

A gente vai vendo que o bichinho é cheio de rique-foques e de lero-leros. Que gasta um bom português e é terrível na argumentação. Ainda assim, a gente comete tropeços.

Fazendo um bolinho para a janta.

- Mamãe, posso por mais farinha?
- Não, filha, já tem o suficiente.
- E outro ovo?
- Não, Ana, é um ovo só.
- E esse? (mostra o óleo).
- Também não. Esse é só um fiozinho. Já coloquei.
- ...
- ...
- Então posso amassar?
- Não, Clara, ainda não está no ponto que a mamãe pode deixar você amassar. Daqui a pouco.
- Agora?
- Não.
- Você vai por água? Posso por a água?
- Não, a água é só na hora de enrolar.
- Então posso por mais farinha?

Respirei, contei, juro, mas não deu:
- Ana, filha! Não! Mamãe já falou algumas vezes que não. Vamos adotar assim, resposta padrão, por enquanto: não pode. Combinado? A resposta é não, sempre não, por um tempo.

- ...Mamãe...
- ...eu...
- ...Você já colocou toda a farinha de que precisava?

Mas. Olha isso.

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