terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O controle

Tenho problemas com controle.

Quero gerenciar tudo, controlar tudo. Cada aspecto, macro e micro, da minha simples vida.

Ontem, pela primeira vez, Clara foi ao cinema sem a mãe ou sem o pai. Foi com os amigos, a minha querida amiga que é mãe dos amigos - a quem eu confiei uma das minhas preciosidades sabendo que ela cuidaria como se fosse sua própria. Fiz aquelas recomendações de mãe. Ela chegou com sorriso no rosto, feliz da vida.

Deitada ao lado dela, na cama, observei. Como ela está grande. Como ela está se virando bem nas mais diversas situações. Como temos pouco tempo juntas e isso me machuca. Ao mesmo tempo, como é bom e maravilhoso estar ao lado dos meus filhos, qualquer tempo que seja, para fazer o que houver. E como tudo isso é incontrolável. O tempo... Acho que é isso que eu quero controlar, nunca vou conseguir: o tempo. Porque ele corre através dos meus dedos e eu não consigo pausar, eu não consigo simplesmente parar tudo e dizer, "vamos viver aqui, um minuto, depois cuidamos da janta e da roupa...".

Mas viver é isso mesmo, oras. É viver, sem parar, sem pausas para brincar, brincando no meio da janta e da roupa, tentando encontrar caminhos, alternativas, desbravando.

- Você sentiu minha falta, hoje? - perguntei.

- Muita!...

- Eu também senti a sua. Muita.

- Então vou te dar o carinho maior do mundo.

É só um abraço apertado, mas ela está certa. É o carinho maior do meu mundo... Este e os abracinhos do neném. Me lembram de como eu sou pequena, como eles estão grandes, como não controlo nada de nada... e como dá pra ser bem feliz, assim.

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