sábado, 7 de janeiro de 2017

Os empoderados

Ontem saí de casa com meu bebê sem fraldas.

Ensaiando várias respostas. Ensaiando o que teria que dizer pra peitar as crianças maiores se ele fizesse xixi no meio delas. O que eu ia dizer pro moço do shopping se tivesse um cocô no corredor. Levei a mala de roupas. Outra mala com um tantinho de fraldas.
Na minha covardia, tentei a persuasão:
- A gente vai sair. Você não acha melhor ir de fraldinha?
- Hmmm... não!

Eu acredito em respeitar o momento e em empoderamento infantil. Repeti isso três mentalmente umas vezes, peguei o meu monte de malas e fomos.

Vi Lucas parar de brincar pra vir comer.
Depois parar de brincar pra vir comer de novo.
Pelas tantas, me sinalizou apressado e corremos para o banheiro.
Voltou e fez mais umas três pausas pra beliscar uma coisinha.

Antes de ir pra casa, vi Rafael com os dois no colo, olhando uma coisa qualquer. Eu estava convenientemente para trás, então tudo me veio a cabeça.

Como eles estão grandes. E como o Lucas cresceu em uma semana. Como eu os amo. Como em parte ter dois filhos é meio montanha russa, então é preciso muito comprometimento para curtir a infância do menor e, ao mesmo tempo, não forçar o maior a uma maturidade precoce.

Essas coisas todas foram me passando, me atropelando. E eu me comprometi de novo.

Respeitar o momento deles.
Empoderá-los.
E me entregar.

Por que a vida vai atropelar a todos com essa coisa que se chama tempo. E eu quero ter vivido ao lado de quem amo intensamente.

<3

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